Missal Romano
Missal Romano

Instruções Gerais do Missal romano

Serviço de acólitos
Departamento de Liturgia

A Estrutura da Missa
Os seus Elementos e as suas Partes

I - A Estrutura da Missa

Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote como representante de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico. Nesta assembleia local da santa Igreja aplica-se eminentemente a promessa de Cristo: ”Onde estiveram dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles” (Com efeito, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente: na própria assembleia congregada em seu nome, na pessoa do ministro, na sua palavra e, certamente de uma forma substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

A missa consta, por assim dizer, de duas partes: a liturgia da palavra e a liturgia Eucarística. Estas duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único acto de culto. De facto, na Missa é posta a mesa, tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo, mesa em que os fiéis recebem instrução e alimento. Há ainda ritos próprios, a abrir e a concluir a celebração.

II - Os Diversos Elementos da Missa

1. Leitura da palavra de Deus e sua explicação
Quando na Igreja se lê a sagrada Escritura, é o próprio Deus quem fala ao seu povo, É Cristo presente na sua palavra quem anuncia o evangelho.

Por isso as leituras da palavra de Deus, que oferecem à Liturgia um é dos elementos de maior importância, devem ser escutadas por todos com veneração. E ainda que a palavra divina contida nas leituras da Sagrada Escritura, seja dirigida a todos os homens de todos os tempos e seja para eles inteligível, todavia a sua eficácia aumenta quando é acompanhada de um comentário vivo, isto é, a homilia, a qual constitui parte integrante da acção litúrgica.

2. Orações e outros elementos que pertencem à função do sacerdote
Entre as partes da Missa que pertencem ao sacerdote, está em primeiro lugar a Oração Eucarística, ponto central de toda a celebração. Vêm a seguir as orações: a oração colecta, a oração sobre as oblatas e a oração depois da comunhão. O sacerdote, que preside à assembleia como representante de Cristo, dirige estas orações a Deus em nome de todo o povo santo e de todos os presentes. Por isso se chamam “orações presidenciais”.
Compete igualmente ao sacerdote, enquanto presidente da assembleia reunida, fazer certas admonições, bem como proferir as fórmulas de introdução e de conclusão previstas no próprio rito. As admonições, por sua natureza, não têm que ser necessariamente proferidas nos termos apresentados pelo Missal; convém, ao menos nalguns casos, serem de certo modo adaptadas ás condições reais da assembleia. Pertence ainda ao sacerdote presidente anunciar a palavra de Deus e dar a bênção final. Além disso, pode também dirigir aos fiéis uma brevíssima introdução, ao começar a celebração da Missa; antes do prefácio, para a Oração Eucarística; finalmente, antes da despedida, ao terminar toda a acção sagrada.
O carácter «presidencial» destas intervenções exige que sejam proferidas em voz alta e clara e escutadas por todos com atenção. Por isso, enquanto o sacerdote as profere, não se hão-de ouvir nenhumas outras orações ou cânticos, nem o toque do órgão ou de outros instrumentos musicais.
O sacerdote não somente pronuncia orações como presidente, em nome de toda a comunidade, mas também, algumas vezes, em nome pessoal, para desempenhar o seu ministério com maior atenção e piedade. Estas orações são ditas em silêncio (“secreto”).

3. Outras fórmulas utilizadas na celebração
A celebração da Missa é, por sua natureza, “comunitária”. Por isso têm uma importância muito particular os diálogos entre o celebrante e a assembleia dos fieis, bem como as aclamações de tais elementos não são apenas sinais externos de celebração colectiva, mas favorecem e realizam a estreita comunhão entre o sacerdote e o povo.
As aclamações e as respostas dos fiéis as saudações do sacerdote e as orações constituem aquele grau de participação activa por parte da assembleia dos fiéis, que se exige em todas as formas de celebração da Missa, para que se exprima claramente e se estimule a acção de toda a comunidade.
Outras partes da celebração, que pertencem igualmente à assembleia e muito contribuem para manifestar e favorecer a participação activa dos fiéis, são principalmente, a profissão de fé, a oração universal e a oração dominical.
Finalmente, entre as restantes fórmulas:
a) Umas constituem um rito ou acto por si mesmas, como o hino de Glória, o salmo responsorial, o Aleluia e o verso antes do evangelho, o Santo, a aclamação da anamenese e o cântico depois da comunhão;
b) Outras destinam-se a acompanhar um rito, como o cântico de entrada, do ofertório, da fracção (Cordeiro de Deus) e da comunhão

4. Modos de proferir os vários textos
Os textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote quer pelos ministros quer por todos, a voz deve corresponder ao género do texto, conforme se trata de uma leitura, oração, admonição, aclamação ou cântico. Igualmente se há-de acomodar à forma de celebração e à solenidade da assembleia. Tenha-se em conta, além disso, a índole peculiar de cada língua e a mentalidade dos povos.
Nas rubricas e normas que se seguem, as palavras “dizer” ou “proferir” devem ser entendidas como referentes quer ao canto quer à simples recitação, segundo os princípios atrás enunciados.

5. A Importância do canto
O Apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam as vozes para cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O canto é sinal de alegria do coração. Dizia muito bem Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”. E vem já de tempos antigos o provérbio: “Quem bem canta, duas vezes reza”.
Por isso, deve ter-se em grande apreço o canto nas celebrações, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia. Advirta-se, porém, que não é necessário cantar sempre todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados.
Na escolha das partes a cantar, dar-se-á preferência àquelas que tem maior importância, sobretudo ás que devem ser cantadas pelo sacerdote ou pelos ministros com resposta do povo, bem como ás que o sacerdote e o povo devem proferir conjuntamente.
Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas melodias mais fáceis.

6. Gestos e atitudes corporais
A atitude comum, a observar por todos os que tomam parte na celebração, é sinal de comunidade e unidade da assembleia: exprime e favorece os sentimentos e o ânimo dos participantes.
Para se conseguir a necessária uniformidade nos gestos e atitudes, é preciso que os fiéis obedeçam ás indicações que, no decurso da celebração, lhes for dada pelo diácono, pelo sacerdote ou por outro ministro.
Em todas as missas, desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração colecta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde a oração sobre as oblatas até ao fim da missa, excepto nos momentos adiante indicados. Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e, conforme as circunstâncias, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão. Estão de joelhos durante a consagração, excepto se a estreiteza do lugar, o grande número de presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem.
Compete, todavia, ás Conferencias Episcopais adaptar à mentalidade dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa Romana. Atenda-se, porém, a que estejam de acordo com o sentido e o carácter de cada uma das partes da celebração.
Incluem-se também entre os “gestos”: a entrada do sacerdote ao encaminhar-se para o altar; a apresentação das oferendas a procissão dos fiéis para a Comunhão. Convém que estas acções se realizem com decoro, enquanto se executam os cânticos respectivos, dentro das normas estabelecidas para cada caso.

7. O silêncio
Também se deve guardar, nos momentos devidos, o silêncio sagrado, como parte da celebração. A natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no acto penitencial e a seguir ao convite á oração, o silêncio destina-se ao reconhecimento interior; a seguirás leituras ou à homilia, é uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e acção de graças.

III - As diversas Partes da Missa

1. Ritos Iniciais
Tudo o que precede a liturgia da palavra – entrada, saudação, acto penitencial, Kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós), Gloria, oração colecta – tem o carácter de exórdio, introdução.
A finalidade destes ritos é estabelecer a comunhão entre os fiéis reunidos e dispô-los para ouvirem a palavra de Deus e celebrarem dignamente a Eucaristia.

§ Entrada
Reunido o povo, quando entra o sacerdote com os ministros, inicia-se o cântico de entrada. A finalidade deste cântico é dar início à celebração, favorecer a união dos fiéis reunidos e introduzi-los no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e ao mesmo tempo acompanhar a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros.
O cântico de entrada é executado alternadamente pela schola e pelo povo, ou por um cantor alternando com o povo, ou por toda a assembleia em conjunto, ou somente pela schola. Pode utilizar-se ou a antífona com o respectivo salmo que vem no Gradual Simples, ou outro cântico apropriado à acção sagrada ou de carácter do dia ou no tempo, desde que o texto tenha a aprovação da Conferência Episcopal.
Se não há cântico de entrada, recita-se a antífona que vem no Missal, ou por todos os fiéis, ou por um grupo, ou por um leitor; ou então pelo próprio sacerdote a seguir à saudação.

§ Saudação do altar e da assembleia
Chegados ao presbitério, o sacerdote e os ministros saúdam o altar. Em sinal de veneração, o sacerdote e o diácono beijam o altar; e, conforme as circunstancias o sacerdote incensa-o.
Terminado o cântico de entrada, o sacerdote e toda a assembleia benzem-se com o sinal da cruz. Em seguida, o sacerdote dirige uma saudação à comunidade reunida, exprimindo a presença do Senhor. Com esta saudação e a resposta do povo manifesta-se o mistério da Igreja reunida.

§ Acto penitencial
Depois da saudação, o sacerdote, ou outro ministro idóneo, faz aos fiéis uma brevíssima introdução à Missa do dia. Em seguida, o sacerdote convida ao acto penitencial. Este é constituído pela confissão geral dos pecados feita por toda a comunidade e termina com a absolvição dada pelo sacerdote.

§ Kyrie (Senhor, tende piedade de nós)
A seguir ao acto penitencial, entoa-se o Kyrie, eleison (Senhor, tende piedade de nós), a não ser que já tenha feito parte do acto penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o povo e a schola ou um cantor.
Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui a possibilidade de as repetir maior número de vezes, ou até lhes intercalar um breve “tropo”, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias. Se não for cantado o Kyrie é recitado.

§ O Glória
O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. É cantado por toda a assembleia dos fiéis, ou pelo povo alternado com a schola ou só pela schola. Se não é cantado, é recitado por todos em conjunto ou alternadamente.
Canta-se ou recita-se aos domingos (fora do Advento e da Quaresma), nas solenidades e festas, bem como em celebrações mais solenes.

§ A Oração colecta
Seguidamente, o sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente com ele, se recolhem uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de que se encontram na presença de Deus e formularem interiormente as suas intenções. Depois o sacerdote diz a oração chamada “colecta”. Nela se exprime o carácter da celebração e se dirige a suplica a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo.
O povo associa-se a esta súplica e faz a sua oração, dando o seu assentimento expresso pela aclamação Amem.
Na Missa diz-se uma sé oração colecta. A mesma norma se aplica igualmente à oração sobre as oblatas e à oração e à oração depois de comunhão.
A oração colecta termina sempre com a conclusão seguinte:
- Se é dirigida ao Pai: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
- Se é dirigida ao Pai, mas no fim é mencionado o filho:
[Ele] que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;
- Se é dirigida ao filho: Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo. A oração sobre as oblatas e a oração depois da comunhão terminam sempre com a conclusão breve:
Se são dirigidas ao Pai: Per Christum Dominum nostrum;
Se são dirigidas ao Pai, mas no fim é mencionado o Filho: Qui vivit et regnat in saecula saeculorum;
Se são dirigidas ao filho: Qui vivivis et regnas in saecula saeculorum.
*Com a aprovação da Sé Apostólica, nos países de língua portuguesa as orações concluem todas do mesmo modo.

2. A Liturgia da palavra
A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura com cânticos intercalares. São seu desenvolvimento e conclusão a homilia, a profissão de fé e a oração universal ou oração dos fiéis.
Nas leituras, comentadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela-lhe o mistério da redenção e salvação e oferece-lhe o alimento espiritual. Pela sua palavra, o próprio Cristo está presente no meio dos fiéis.
O povo faz sua a palavra divina com cânticos e a ela adere com profissão de fé. Assim alimentado com a palavra divina, eleva a Deus as suas preces na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

§ As Leituras Bíblicas
Nas leituras põe-se aos fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se-lhes os tesouros da Bíblia. Segundo a tradição, a leitura dos textos não é função presidencial, mas sim ministerial. Por conseguinte, convém que a leitura do Evangelho seja feita normalmente pelo diácono ou, na falta deste, por um sacerdote distinto do sacerdote que preside; as outras leituras são confiadas ao leitor. Na falta do diácono ou de outro sacerdote, o Evangelho é lido pelo próprio sacerdote celebrante.
A proclamação do Evangelho deve ser acompanhada com a maior veneração. Assim o mostra a própria Liturgia, distinguindo esta leitura com honras especiais, quer por parte do ministro encarregado de a anunciar e pela bênção e oração com que se prepara para o fazer, quer por parte dos fiéis que, com as suas aclamações, reconhecem e confessam que é Cristo presente no meio deles que lhes fala, e por isso escutam a leitura de pé; quer ainda pelos sinais de reverência ao próprio livro dos Evangelhos.

§ Os Cânticos intercalares
A primeira leitura é seguida do salmo responsorial ou gradual, que é parte integrante da liturgia da palavra. Normalmente o salmo toma-se do Leccionário, dado que o seu texto tem relação directa com a leitura correspondente: a escolha do salmo está dependente das leituras. Todavia, para facilitar ao povo a resposta salmódica (refrão), fez-se, para os diferentes tempos e as várias categorias de Santos, uma selecção variada de responsórios e salmos, que podem ser utilizados, em vez do texto correspondente à leitura, quando o salmo é cantado.
O salmista ou cantor do salmo, desde o ambão ou de outro sitio conveniente, recita os versículos do salmo, que toda a assembleia escuta sentada; ou melhor, ao qual a assembleia se associa normalmente respondendo com o refrão a não ser que o salmo seja recitado todo seguido, sem refrão.
No caso de ser contado, em vez do salmo que vem indicado no Leccionário, pode-se cantar ou o gradual tirado do Gradual Romano ou um salmo responsorial do Gradual Simples, na forma indicada nesses livros.
À Segunda leitura segue-se o Aleluia ou outro cântico, conforme o ano litúrgico.
a) O Aleluia canta-se em todos os tempos fora da Quaresma. É cantado por todos ou pela schola ou por um cantor; e pode-se repetir, se for conveniente. Os versículos tomam-se ou do Leccionário ou do Gradual;
b) O outro cântico é constituído por um versículo antes do Evangelho, ou por outro salmo ou tracto, como se indica no Leccionário ou no Gradual.

No caso de haver uma só leitura antes do Evangelho:
a) Nos tempos em que se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo aleluiático, ou o salmo e o Aleluia com o seu versículo, ou só o salmo, ou só o Aleluia;
b) No tempo em que não se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo ou o versículo antes do Evangelho.

O salmo que se refere à leitura, se não é cantado deve ser recitado; o Aleluia ou o versículo antes do Evangelho, se não são cantados, podem omitir-se.

As sequências não são obrigatórias, excepto nos dias da Páscoa e do Pentecostes,

§ A Homilia
A homilia é parte integrante da liturgia e muito recomendada: é um elemento necessário para alimentar a vida cristã. Deve ser a explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de algum texto do ordinário ou do Próprio da Escritura ou de algum texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, tendo em conta o mistério que se celebra, bem como as necessidades peculiares dos ouvintes.
Nos domingos e festas de preceito, deve fazer-se a homilia em todas as missas celebradas com participação do povo; e não pode omitir-se senão por causa grave. Além disso, é recomendada, particularmente nos dias feriais do Advento, Quaresma e Tempo Pascal, e também noutras festas e ocasiões em que é maior a influência do povo à igreja. Normalmente a homilia é feita pelo próprio sacerdote celebrante.

§ Profissão de fé
O símbolo, ou profissão de fé, na celebração da Missa, tem como finalidade exprimir o assentimento do povo, como resposta à palavra de Deus escutada nas leituras e na homilia, e recordar a regra de fé antes de começar a celebração da Eucaristia.
O símbolo deve ser recitado pelo sacerdote juntamente com o povo, aos domingos e nas solenidades. Pode também dizer-se em celebrações mais solenes. Se é cantado, normalmente cantam-no todos em conjunto ou em forma alternada.

§ Oração universal
Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo, exercendo a sua função sacerdotal, ora por todos os homens. Convém que em todas as Missas com assistência do povo se faça esta oração, na qual se pede pela santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem, por todos os homens em geral pela salvação do mundo inteiro.
Normalmente a ordem das intenções é a seguinte:
a) Pelas necessidades da igreja;
b) Pelas autoridades civis e pela salvação do mundo;
c) Por aqueles que sofrem dificuldades;
d) Pela comunidade local.

Em celebrações especiais – por exemplo, Confirmação, Matrimónio, Exéquias a ordem das intenções pode acomodar-se ás circunstancias.
Compete ao sacerdote dirigir estas preces, convidar os fiéis a orar com uma breve admonição inicial e dizer finalmente a oração conclusiva. Convém que as intenções sejam enunciadas por um diácono, por um cantor ou por outra pessoa. Toda a assembleia faz suas estas suplicas, ou com uma invocação comum proferida depois de cada intenção, ou com a oração em silencio.

3. A Liturgia Eucarística
Na Última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e banquete pascal, por meio do qual, todas as vezes que o sacerdote, representando a Cristo Senhor, faz o mesmo que o Senhor fez e mandou aos discípulos que fizessem em sua memória, é continuamente reactualizado o sacrifício da cruz.
Cristo tomou o pão e o cálice, pronunciou a acção de graças, partiu o pão e deu-o aos seus discípulos, dizendo: ”Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o meu Sangue. Fazei isto em memória de Mim”. Foi a partir destas palavras e gestos de Cristo que a Igreja ordenou toda a celebração da liturgia eucarística. Efectivamente:
1) Na preparação das oferendas, levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, os mesmos elementos que Cristo tomou em sus mãos.
2) Na Oração Eucarística, dão-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oblatas convertem-se no Corpo e Sangue de Cristo.
3) Pela fracção de um só pão, é significada a unidade dos fiéis; e estes, pela comunhão, recebem o Corpo e Sangue do Senhor, do mesmo modo que os Apóstolos o receberam das mãos do próprio Cristo.

§ A Preparação das Oferendas
A iniciar a liturgia eucarística, levam-se para o altar os dons que se vão converter no Corpo e Sangue de Cristo.
Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística; nele se dispõe o corporal, o purificador (ou o sanguíneo), o Missal e o cálice, salvo se este for preparado na credencia.
Em seguida são trazidas as oferendas. É de louvar que o pão e o vinho sejam apresentados pelos fiéis. Recebidos pelo sacerdote ou pelo diácono em lugar conveniente, são depois colocados sobre o altar enquanto se recitam as fórmulas prescritas. Embora, hoje em dia, os fiéis não ofereçam do seu próprio pão e vinho, como se fazia noutros tempos, no entanto o rito desta oferta conserva ainda valor e significado espiritual.
Além do pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro da igreja. Estes dons serão dispostos em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
A procissão em que se faz a apresentação das oferendas é acompanhada do cântico do ofertório, que se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido depostos sobre o altar. As normas para a execução deste cântico são idênticas às que foram dadas para o cântico de entrada. A antífona do ofertório, se não é cantada, omite-se.
Podem incensar-se as oblatas depostas sobre o altar, bem como o próprio altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da igreja se elevam, como fumo de incenso, à presença de Deus. Depois de incensadas as oblatas e o altar, também o sacerdote e o povo podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro.
A seguir, o sacerdote lava as mãos: com este rito se exprime o desejo de uma purificação interior.
Terminada a colocação dos dons sobre o altar e os ritos que a acompanham, conclui-se a preparação das oferendas com um convite para que todos orem juntamente com o sacerdote, e com a oração sobre as oblatas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração Eucarística.

§ A Oração Eucarística
É neste momento que se inicia o ponto central e culminante de toda a celebração, a Oração Eucarística, que é uma oração de acção de graças e de consagração. O sacerdote convida o povo a elevar os corações para o senhor, na oração e na acção de graças, e associa-o a si na oração que ele, em nome de toda a comunidade, dirige a Deus Pai por Jesus Cristo. O sentido desta oração é que toda a assembleia dos fiéis se una a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.
Como elementos principais da oração Eucarística podem enumerar-se os seguintes:
a) Acção de graças (expressa de modo particular no prefacio): em nome de todo o povo santo, o sacerdote glorifica a Deus Pai e dá-lhe graças por toda a obra da salvação ou por algum dos seus aspectos particulares, conforme, o dia, a festa ou o tempo litúrgico.
b) Aclamação: toda a assembleia, em união com os coros celestes, canta ou recita o Santus (Santo). Esta aclamação, que faz parte da oração Eucarística, deve ser cantada ou recitada por o povo juntamente com o sacerdote.
c) Epiclese: consta de invocações especiais, pelas quais a igreja implora o poder divino para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, se convertam no Corpo e Sangue de Cristo; e para que a hóstia imaculada, que vai ser recebida na comunhão, opere a salvação daqueles que dela vão participar
d) Narração da instituição e consagração: mediante as palavras e gestos de Cristo, realiza-se o sacrifício que o próprio Cristo instituiu na Última Ceia, quando ofereceu o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho e os deu a comer e a beber aos apóstolos, ao mesmo tempo que lhes confiou a mandato de perpetuar este mistério.
e) Anamnese: em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja celebra o memorial do Senhor, recordando de modo particular a sua bem-aventurada paixão e a sua gloriosa ressurreição e ascensão aos Céus.
f) Oblação: neste memorial, a Igreja, de modo especial aquela que nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no espírito Santo, a hóstia imaculada. A igreja deseja que os fiéis não somente ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se também a si mesmos e, por Cristo mediador, se esforcem por realizar de dia para dia a unidade perfeita com Deus e entre si, até que finalmente Deus seja tudo em todos.
g) Intercessões: por elas se exprime que a Eucaristia é celebrada por toda a Igreja, tanto do Céu como na terra, e que a oblação é feita em proveito dela e de todos os seus membros, vivos e defuntos, chamados todos a tomar parte na redenção e salvação adquirida pelo Corpo de Cristo
h) Doxologia final: exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pala aclamação do povo.

A Oração Eucarística exige que todos a escutem com reverência e em silêncio, e que nela participem por meio das aclamações previstas no próprio rito.

4. O Rito da Comunhão
A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém, por isso, que os fiéis, devidamente preparados, nela recebam, segundo o mandato do Senhor, o seu Corpo e Sangue como alimento espiritual. É esta a finalidade da fracção e dos outros ritos preparatórios, que dispõem os fiéis, de forma mais imediata, para a Comunhão:
a) Oração dominical (Pai Nosso): nela se pede o pão de cada dia, que para os cristãos evoca também o pão eucarístico; igualmente se pede a purificação dos pecados, de modo que efectivamente “as coisas santas sejam dadas aos santos”. O sacerdote formula o convite à oração, que todos os fiéis recitam juntamente com ele. Então o sacerdote diz sozinho o embolismo, que o povo conclui com uma doxologia. O embolismo é o desenvolvimento da última petição da oração dominical; nele se pede para toda a comunidade dos fiéis a libertação do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia conclusiva dita pelo povo, devem ser cantados ou recitados em voz alta.
b) Segue-se o rito da paz, no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para toda a Igreja e para toda a família humana, e saúdam-se uns aos outros em sinal de mútua caridade, antes de participarem do mesmo pão. Quanto ao sinal da paz em si mesmo, as Conferencias Episcopais determinarão como se há-de fazer, tendo em conta a mentalidade e os costumes dos povos.
c) O gesto da fracção, praticado por Cristo na última Ceia, serviu para designar, nos tempos apostólicos, toda a acção litúrgica. A finalidade deste rito não é meramente prática; ele significa que todos nós, apesar de muitos, nos tornamos, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo, um só Corpo (1 Cor 10,17).
d) “Immixitio”: o sacerdote deita no cálice um fragmento da hóstia.
e) Agnus Dei (Cordeiro de Deus): enquanto se efectua a fracção do pão e a “Immixitio”, a schola ou um cantor canta ou recita em voz alta a invocação Cordeiro de Deus, a que todo o povo responde. Esta invocação pode repetir-se o número de vezes que for preciso, enquanto durar a fracção do pão. Na última vez conclui-se com as palavras: Dai-nos a paz.
f) Preparação pessoal do sacerdote: o sacerdote prepara-se para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo rezando uma oração em silêncio. Semelhante preparação fazem os fiéis com uma oração silenciosa.
g) Depois o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que vão receber na comunhão e convida-os para a Ceia do Senhor; e, juntamente com os fiéis, faz um acto humilde, utilizando as palavras do Evangelho.
h) É muito para desejar que os fiéis recebam o Corpo do Senhor com hóstias consagradas na própria Missa e, nos casos previstos, comunguem também do cálice, para que a comunhão se manifeste, de forma mais clara, nos próprios sinais sacramentais, como participação efectiva no sacrifício celebrado nesse momento.
i) Enquanto os sacerdotes e os fiéis recebem o sacramento, canta-se o cântico da Comunhão, que deve exprimir, com a unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, manifestar a alegria do coração e dar um sentido mais fraterno à procissão daqueles que vão receber o Corpo de Cristo. O cântico inicia-se no momento da comunhão do sacerdote e prolonga-se o tempo que parecer oportuno, enquanto os fiéis comungam o Corpo de Cristo. Se canta um hino depois da comunhão, o cântico da comunhão deve terminar a tempo. Como o cântico da comunhão pode utilizar-se ou a antífona indicada no Gradual Romano, com ou sem salmo correspondente, ou a antífona do Gradual Simples com o respectivo salmo, ou outro cântico apropriado, desde que aprovado pela Conferencia Episcopal. Pode ser cantado pela schola, ou pela schola e um cantor juntamente com o povo. Se não há cântico, recita-se a antífona que vem no Missal, ou por todo o povo, ou por um grupo de fiéis, ou por um leitor, ou então pelo próprio sacerdote depois de Ter comungado e antes de dar a Comunhão aos fiéis.
j) Terminada a comunhão, o sacerdote e os fiéis, conforme as circunstancias, oram alguns momentos em silêncio. Também pode ser cantado por toda a assembleia um hino ou um salmo ou outro cântico de louvor.
k) Na oração depois da Comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado e o povo faz sua, esta oração por meio da aclamação: Amem.

5. Rito conclusivo
O rito de conclusão consta de:
a) Saudação e benção do sacerdote, a qual em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma “oração sobre o povo” ou com outro formula mais solene de benção.
b) Despedida da assembleia, para que possa cada qual regressar ás suas ocupações, louvando e bendizendo o Senhor.


Bibliografia:

• Introdução Geral ao Missal Romano
• A Eucaristia que celebramos – Pé. Joviano de Lima Júnior
• O Manual do Acólito – Pé. Armando Duarte
• Apontamentos particulares – José Martins Batista Brissos




























CURSO PARA ACÓLITOS

publicado no Boletim de Pastoral Litúrgica e preparado pelo P. Dr. José de Leão Cordeiro

1 - A NOSSA PARÓQUIA

1. A nossa paróquia
Vamos começar hoje um pequeno curso. Ele destina-se a preparar acólitos para a nossa paróquia. Porquê? Porque a paróquia precisa deles.
O que é uma paróquia? É um grupo de cristãos, pertencentes a uma Diocese, e com um pároco, que é o seu pastor próprio. Além das pessoas, uma paróquia tem sempre um território, maior ou mais pequeno, e uma igreja principal, chamada igreja paroquial Pode ter outras igrejas e capelas. Mas uma só é paroquial. É nessa igreja que, habitualmente, se fazem os baptismos. Por isso, uma igreja paroquial tem sempre pia baptismal. A paróquia também pode ter um Centro paroquial e outros serviços.
Cada pároco é nomeado pelo bispo da Diocese, e pode estar numa paróquia mais ou menos tempo. Só os padres podem ser párocos, mas numa paróquia pode haver um diácono que trabalha com o pároco. Os párocos são conhecidos por vários nomes, conforme as terras: senhor padre, senhor prior, senhor reitor, senhor abade...
Os cristãos de uma paróquia têm muitas coisas em comum: laços familiares, amizade, vizinhança, conhecimento mútuo. Mas sobretudo têm a mesma fé em Jesus. Uma paróquia é, pois, uma família alargada, que tem a mesma fé como elemento de ligação. É na paróquia que as crianças e adultos são baptizados; ali frequentam a catequese, fazem a primeira comunhão, recebem a confirmação, casam, e em cada domingo vão à missa à igreja paroquial ou outra.

2. O domingo na paróquia
Para os cristãos de todas as paróquias do mundo, o domingo é o dia mais importante da semana. É chamado dia do Senhor, porque foi num domingo que Jesus ressuscitou. Como é no domingo que as famílias cristãs de cada paróquia se reúnem na igreja, chama-se-lhe dia dos cristãos. No domingo não se trabalha nem há escola.
Para que se reúnem os cristãos todos os domingos na igreja da sua paróquia? Para tomarem parte na missa, pois há um mandamento da Igreja que diz assim: «No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis devem participar na missa». Não se deve faltar à missa por qualquer motivo, e muito menos por não nos apetecer ir. Quem assim faz mostra que ainda não entendeu o que é o domingo e a importância que a reunião desse dia tem para a fé de cada um e de todos em conjunto. Quem preside quase sempre à missa paroquial em cada domingo é o pároco. Há sempre uma hora marcada para a missa. O sino lembra às pessoas essa hora, tocando uma, duas ou três vezes antes. A missa tem vários nomes: eucaristia, ceia do Senhor, fracção do pão, assembleia eucarística, etc.
O que acontece durante a missa? Ouve-se a palavra de Deus, canta-se, dizem-se orações, leva-se pão e vinho ao altar, faz-se o que Jesus fez na última Ceia, dá-se a comungar o pão consagrado que é o Corpo de Cristo. Por fim, as pessoas regressam a suas casas e procuram viver cada vez mais de acordo com o que Deus lhes disse na sua Palavra e o Espírito Santo lhes segredou no coração.

3. A assembleia cristã do domingo
Os cristãos reunidos na igreja de cada terra, no domingo, formam uma assembleia. Jesus fez esta promessa aos seus discípulos: Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles (Mt 18, 20). Esta presença de Jesus faz com que a reunião dos cristãos e a sua assembleia sejam muito diferentes de outras reuniões e de outras assembleias. Esta faz-se para celebrar a liturgia, ou seja para escutar Deus que fala, para lhe dirigir cânticos e orações, e para comungar o Corpo de Jesus.
Donde vêm as pessoas que se reúnem? Vêm de suas casas. E quem é que vem? Vêm homens e mulheres, rapazes, raparigas e crianças. E porque vêm as pessoas àquela reunião? Porque não podem passar sem celebrar todos os domingos a Ceia do Senhor. Domingo em que não se reúnem é como se fosse um dia sem sol.
Quem as mandou celebrar essa Ceia? Foi Jesus, quando disse aos seus Apóstolos: Fazei isto em memória de Mim. Nós hoje chamamos missa ou eucaristia a essa Ceia que celebramos quando nos reunimos, todos os domingos.

4. Os ministros da assembleia litúrgica
Para que uma assembleia litúrgica possa celebrar a missa, precisa de ministros. Quem são eles? São os encarregados de fazer algum serviço na assembleia. Na assembleia litúrgica cristã, os que fazem as leituras, os que recolhem as ofertas, os que servem ao altar, todos são ministros litúrgicos.
Os diversos ministros litúrgicos servem ao mesmo tempo a Deus e às pessoas reunidas. Para que a celebração da missa decorra bem, são precisos pelo menos quatro ministros. Quais são eles? São o presidente, o leitor, o cantor e o acólito. O presidente só pode ser um bispo ou um presbítero (=padre), porque só eles podem fazer o que Jesus mandou aos seus Apóstolos, ou seja, mudar o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo. O leitor é preciso para fazer as leituras. O cantor é preciso para cantar o salmo responsorial e para dirigir o canto da assembleia. E o acólito, para que é ele preciso? O acólito é preciso para muitas coisas. Mas antes de dizermos quais são essas coisas, temos de ver, numa das próximas lições, quem é o acólito e quem pode ser acólito.


2 - O QUE É UMA IGREJA

1. A palavra «igreja»
Entre os edifícios das aldeias, vilas e cidades de qualquer país há alguns que se distinguem de todos os outros principalmente pela sua forma e dimensões. São as igrejas. Vamos falar delas neste segundo encontro.
A palavra «igreja» quer dizer três coisas:
1) o grupo de cristãos de uma terra reunidos em assembleia;
2) o conjunto dos cristãos de uma terra, de uma região ou do mundo inteiro;
3) os edifícios onde esses grupos de cristãos se reúnem.

Quando a escrevemos com um I grande ou maiúsculo (Igreja) referimo-nos, sobretudo, ao conjunto dos cristãos duma região ou dum país (Igreja ou diocese de...) ou de todo o mundo (Igreja Católica).
Pelo contrário, quando a escrevemos com um i pequeno ou minúsculo (igreja), então é para falar dos edifícios onde os cristãos se reúnem, como por exemplo a igreja de Santo António de..., a igreja do Carmo de..., a igreja de Nossa Senhora de..., a igreja de São Francisco de..., e assim por diante.
Hoje vamos falar das «igrejas» com um i pequeno, ou seja dos edifícios onde os cristãos se reúnem.

2. Os primeiros lugares de reunião dos cristãos
Os cristãos sempre precisaram de lugares para se reunir. Onde o faziam eles nos primeiros tempos? Onde se juntavam para celebrar a sua fé? Já teriam igrejas?
Sabemos que não. Os primeiros lugares onde os cristãos se reuniram foram as casas de alguns deles, aquelas em que cabiam todos os baptizados dessa terra. Os donos dessas casas, em geral muito simples e pequenas, punham-nas à disposição do grupo dos cristãos dessa terra, ao qual eles próprios pertenciam.
Podia às vezes haver um que tivesse gosto em que a reunião fosse em sua casa. Mas se ela era pequena demais, não servia para a reunião, porque não cabiam lá todos os cristãos. O dono dessa casa não ficava aborrecido. Compreendia a razão de não escolherem a casa dele e ia ele à casa que fosse escolhida.
Nós sabemos que era assim, porque está escrito na Bíblia. Por exemplo, os Actos dos Apóstolos falam-nos disso. Quando os Apóstolos voltaram de Jerusalém, depois de Jesus ter subido ao Céu, foram todos para o primeiro andar de uma casa onde costumavam reunir-se (Act 1, 12-14); no dia em que foi escolhido um cristão para começar a fazer parte do grupo dos Apóstolos, estavam reunidos nesse lugar cerca de cento e vinte pessoas (Act 1, 15-26); no dia de Pentecostes a comunidade de Jerusalém estava toda reunida no mesmo lugar (Act 2, 1-4); no dia em que Pedro foi libertado da prisão por um anjo, os cristãos estavam a rezar em casa de uma mulher chamada Maria, mãe de João Marcos (Act 12, 12-17).

3. Donde vem o costume de chamar igreja à casa de oração dos cristãos
Esta situação de os cristãos não possuírem edifícios próprios para as suas reuniões e terem de as fazer nas casas uns dos outros, durou todo o tempo em que era proibido ser cristão, ou seja, até ao fim das perseguições romanas.
Quando, finalmente, o Imperador Constantino, no ano 313 da nossa era, deixou de perseguir os cristãos e ele próprio se converteu e pediu o Baptismo, os discípulos de Jesus começaram a poder construir as primeiras casas destinadas apenas às suas reuniões e celebrações. E como era sempre aí que eles se juntavam uns com os outros, nos domingos e noutros dias de semana, passaram a chamar a essas casas «igrejas».
Compreendemos agora que o verdadeiro nome de cada igreja deveria ser «casa da Igreja» de tal terra. A igreja paroquial de uma terra determinada é a «casa da Igreja», isto é, do grupo dos cristãos dessa terra.

4. Igrejas de muitos tamanhos
Vista do exterior, uma igreja é uma casa grande, feita de pedra, de tijolo ou de cimento, geralmente mais comprida do que larga, onde se reúnem os cristãos, especialmente nos domingos. Também existem igrejas de forma redonda e de forma quadrada.
Há igrejas de muitos tamanhos. Regra geral, as das cidades e vilas são maiores do que as das aldeias. É fácil adivinhar porquê: há mais habitantes nas cidades e vilas do que nas aldeias. Nas cidades e vilas há até mais do que uma igreja.
As igrejas têm muitos nomes. Vamos aprender alguns: catedral, basílica, igreja paroquial, capela (que é uma igreja mais pequena).

5. A torre da igreja
Cada igreja costuma ter uma torre, sempre mais alta que a própria igreja. A torre indica onde está a igreja. Quando nos aproximamos duma cidade, as torres das igrejas chamam-nos a atenção, e até podem levar-nos a pensar em Deus.
Nas torres estão colocados os sinos. Estes servem para lembrar aos cristãos os acontecimentos principais da vida da comunidade. Tocam-se para a Missa, para as festas, e quando há baptismos, casamentos, funerais, etc.
Também servem para o relógio bater as horas. E nalgumas terras, os sinos são utilizados para dar a toda a população sinais importantes. Tocados de certa maneira eles avisam as pessoas de que há incêndio ou outro qualquer perigo, ou então de que chegou à terra alguém importante que se esperava.

3 - O INTERIOR DE UMA IGREJA

1. A porta principal e o átrio
Já vimos na lição anterior como são as igrejas por fora. Hoje vamos descobrir como elas são por dentro. Se na terra onde vivemos há igreja paroquial, é essa que vamos visitar; se não houver igreja paroquial mas sim outra igreja ou capela onde se celebra a missa no domingo, é para ela que se dirige a nossa visita.
Uma igreja tem a porta principal e pode ter portas laterais. Nós vamos entrar pela porta principal. Se ela estiver fechada, começamos por abri-la. Quem guarda a chave da igreja é o senhor prior, ou o sacristão, ou ainda algumas das pessoas que têm a responsabilidade de arranjar a igreja.
Muitas igrejas, logo a seguir à porta da entrada, têm um pequeno átrio, isto é, um espaço vazio. Isso quer dizer que quem vem de fora não entra logo na igreja. Noutras, este átrio é antes da porta principal. Seja duma maneira ou de outra, é bom que haja um espaço para que as pessoas, quando chegam de casa ou quando saem da igreja possam, no caso de estar a chover ou de fazer muito calor, falar aí umas com as outras. Quando o átrio é depois da porta principal, existe um guarda-vento, que faz mais do que guardar o vento, porque também guarda do frio, do barulho da rua, e evita que os cãezinhos que acompanham os donos entrem na igreja, que não é lugar para eles.
Quando a igreja tem guarda-vento, é nele que está a porta ou as portas pelas quais se entra directamente na igreja.

2. A nave ou lugar dos fiéis
Vamos então penetrar no interior da igreja. Antes de avançar olhemos com atenção. Estamos na parte mais ampla da igreja. É um grande salão, não é? Chama-se lugar dos fiéis, porque é aí que os fiéis estão durante a missa; também se chama nave, porque, pelo seu feitio e altura parece um grande navio ou uma grande nave.
Esta parte pode ter várias formas: pode ser rectangular, quadrada, ou em semicírculo. Quase todas as igrejas têm uma só nave. Mas algumas têm mais do que uma. Normalmente, a nave tem bancos ou cadeiras para os fiéis. Quase sempre há capelas laterais ao longo da nave, mas pode não haver.

3. O presbitério
Passemos agora da nave da igreja para a outra parte, mais pequena, onde está o altar. Chama-se a esta segunda parte da igreja o presbitério. Esta palavra vem de presbítero, que é outro nome que se dá aos senhores padres. Então quer dizer que assim como a nave é o lugar dos fiéis, assim o presbitério é o lugar dos presbíteros e de todos os ministros litúrgicos, dos quais já falámos noutra lição.
Primeiro que tudo reparem que subimos um, dois ou mais degraus para chegarmos a esta parte, o que quer dizer que ela está em plano superior à nave dos fiéis. É como num teatro, onde o palco também está acima da plateia. Para quê? Para se ver bem o que aí se passa. Na igreja é a mesma coisa. Para se ver bem o que aí se faz, o presbitério está em plano superior à nave.
Quais são as coisas que se encontram no presbitério? Encontram-se aí o altar, a cadeira presidencial, o ambão, por vezes o sacrário, bancos para os ministros, e uma mesa, chamada credencia, onde se colocam as coisas necessárias para a celebração da Missa. Falaremos de tudo isso noutras lições.

4. A capela baptismal
Todas as igrejas paroquiais têm um lugar próprio para fazer os baptismos. Chama-se a esse lugar capela baptismal. É dentro dessa capela que está a pia baptismal. As pias baptismais podem ter muitos feitios: redondas, quadradas ou poligonais. Algumas são divididas ao meio, para de um lado estar a água limpa que se utiliza no baptismo, e no outro se deitar essa água na cabeça dos baptizandos, tanto crianças como adultos. Outras não são divididas: têm apenas um espaço amplo interior, onde uma criança pode ser baptizada por imersão. No princípio não havia pias baptismais, mas verdadeiras piscinas, onde toda a gente era baptizada dentro da água.
Se quiserem, podemos dar um beijo na pia baptismal, pois foi aí que recebemos a vida nova que Deus nos deu pela água e pelo Espírito Santo. Já houve tempos em que os fiéis, quando entravam na igreja paroquial, iam sempre beijar a pia baptismal. Era um bonito costume. Ainda hoje, se alguém quiser fazer isso de vez em quando, lhe fica muito bem.

5. A capela do Santíssimo Sacramento ou o Sacrário
Nos primeiros tempos da Igreja o pão consagrado para as pessoas muito doentes poderem comungar antes de morrer, guardava-se numa caixa fechada, na Sacristia. Depois veio outro tempo em que, em cada igreja paroquial havia sempre uma capela do Santíssimo Sacramento. Era aí que, depois da missa, se guardava o pão consagrado num cofre, que se chama sacrário ou tabernáculo.
Mais tarde o sacrário começou a pôr-se no presbitério. É assim que continua a fazer-se em muitas igrejas. Mas está mandado que, nas igrejas novas, haja uma capela do Santíssimo, que também serve para aí se rezar em silêncio, quando se entra na igreja ou noutros momentos.
Numa das próximas lições havemos de aprender muito bem o que faz um candidato a acólito quando entra numa igreja, como se ajoelha para adorar o Santíssimo Sacramento, e muitas outras coisas. Hoje dizemos só isto.

6. A sacristia e outros lugares da igreja
Também fazem parte do interior do edifício da igreja a sacristia, onde se guardam as vestes litúrgicas e outras coisas necessárias às celebrações, as salas para reuniões, as casas de banho e outras dependências.

4 - O QUE É UM ACÓLITO

1. Os ministros litúrgicos
Na primeira lição do nosso curso dissemos que toda a assembleia litúrgica precisa de ministros litúrgicos para a servir. E também dissemos que, para a celebração da missa dominical decorrer sem atropelos, são precisos, pelo menos, quatro ministros: o presidente, o leitor, o cantor e o acólito.
Imaginem, por exemplo, que num domingo as pessoas se tinham reunido para a missa, mas não havia ninguém para fazer as leituras nem para cantar o salmo. O presidente tinha de presidir e, quando chegasse o momento, tinha também de ir ler as leituras, no caso de não haver ninguém na assembleia capaz de as proclamar, e isso faria com que a celebração sofresse um atropelo; se não houvesse cantor, o salmo responsorial teria de ser apenas lido, o que seria outro atropelo, pois o salmo deve ser cantado por um cantor diferente do leitor.
Se isso viesse a acontecer muitas vezes, poderia ficar-se com a ideia errada de que a missa é o que na realidade não é ou não deve ser. Se fosse sempre o presidente da celebração a fazer tudo, alguém poderia pensar que a missa é só dele, quando isso não é verdade, pois Jesus quis e quer que ela seja de todos os cristãos reunidos em assembleia. Jesus não quer que seja um só a fazer tudo, mas também não quer que haja alguns que nunca fazem nada. O que Ele mais gosta é que cada um faça o que deve fazer, para que a celebração seja de todos e todos sintam que são responsáveis por ela.

2. O que é o acólito?
A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.
Quem é que o acólito acompanha e serve? Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da missa, que tanto pode ser o bispo como o presbítero; em segundo lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da comunhão, ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações.
Quando é que o acólito começa a ajudar e a servir o presidente da missa? Quando o bispo ou o presbítero, na sacristia, tomam as suas vestes. Já então o acólito deve estar vestido e pronto, para poder ajudar. Depois, acompanha-os na procissão de entrada, indo à frente. Durante a missa, o acólito está sempre atento ao que o bispo ou o presbítero precisam, para lhes apresentar umas vezes o missal, outras vezes as coisas que eles hão-de colocar no altar, ou para os acompanhar quando vão distribuir a comunhão aos fiéis. Por fim, quando o presidente regressa à sacristia, o acólito vai à sua frente e ajuda-o a tirar as vestes e a guardá-las.
Só depois de tudo isso feito é que o acólito pensa em si próprio. No fim de ter ajudado o presidente da celebração, também ele tira a sua túnica e a guarda. Enquanto faz tudo isso, agradece a Jesus por ter estado a servi-lo na pessoa dos seus ministros, e pode lembrar-se daquela palavra do Senhor: Tudo aquilo que fizestes a um dos meus irmãos, mesmo aos mais pequenos, foi a mim que o fizestes.
Podemos então dizer que o acólito, desde o princípio até ao fim da missa, acompanha, ajuda e serve o próprio Jesus. Ele não o vê com os seus olhos; mas a fé ensina-o. Um verdadeiro acólito vai descobrindo isto cada vez mais. Se um acólito não o descobre, corre o risco de se cansar de ser acólito. Mas se o descobre e acredita nisso, então vai desejar sempre ser escolhido para acólito, em cada domingo.

3. Quem pode ser acólito?
Para explicar muito bem este assunto tenho de dizer várias coisas. A primeira é esta: há acólitos instituídos e acólitos não instituídos.
a) Acólitos instituídos
Chamam-se acólitos instituídos, aqueles que o bispo duma diocese chamou e fez acólitos. Este chamamento e esta instituição pelo bispo querem dizer que um acólito instituído é convidado a participar muito empenhadamente na celebração da Eucaristia, que é o coração da Igreja, e que o deve fazer sempre que esteja presente e for convidado a fazê-lo pelo responsável da celebração.
Também quer dizer que, dentro da mesma diocese, o acólito instituído pode ser chamado a realizar o seu serviço em qualquer paróquia, desde que o pároco o convide ou lho peça, uma vez que o bispo que o chamou é o bispo de todas as paróquias dessa diocese.
Quem é que pode ser acólito instituído? Só os rapazes que se preparam para isso durante bastante tempo. É o que acontece com os seminaristas, embora também possam ser chamados outros rapazes ou homens que não sejam seminaristas. Este pormenor quer dizer que, um dia, se esse rapaz ou homem vier a ser ordenado padre, deve não só servir bem, como bom acólito que foi, mas também ensinar os mais novos da paróquia onde estiver, a serem bons servidores, ou seja, óptimos acólitos, como o vosso pároco está agora a fazer convosco.
b) Acólitos não instituídos
Os acólitos não instituídos são em muito maior número do que os instituídos. São aqueles que nós conhecemos melhor, porque os vemos todos os domingos a servir na missa, nas nossas paróquias. Eles podem ser rapazes ou raparigas. Quem os chama para serem acólitos é o pároco de cada paróquia e não o bispo da diocese. Esse chamamento é precedido duma preparação. O Curso para Acólitos de que esta lição faz parte, tem por fim ajudar a fazer essa preparação.
Juntamente com o Curso é muito importante praticar o serviço de acólito, procurando fazê-lo cada domingo com maior perfeição e atenção, mas sobretudo com muito espírito de fé. Podemos dizer que Jesus foi o primeiro de todos os acólitos, pois disse um dia estas palavras: Eu estou no meio de vós como quem serve. Ora, o acólito, quer seja instituído quer seja não instituído, é e deve ser cada vez mais um rapaz ou uma rapariga que gostam de servir a Deus e aos seus irmãos na vida, a começar pelos que moram em sua casa e com os que com eles convivem mais de perto, e também na liturgia.

4. Os serviços dos acólitos não instituídos
Como o nosso Curso se destina aos candidatos a acólitos não instituídos nas Paróquias, vamos enumerar as suas funções principais na missa de cada domingo.

Antes de começar a missa:
— prestar todos os serviços ao presidente e ver se o altar e tudo o mais está preparado para a celebração.

Ao começar a missa:
— na procissão de entrada, a caminho do altar, levar a cruz, assim como os círios acesos.

Durante a missa:
— servir o presidente em tudo o que for preciso: apresentar o missal e as coisas necessárias para preparar o altar;
— acompanhar o presidente e os ministros extraordinários durante a distribuição da comunhão aos fiéis;
— arrumar os vasos sagrados, na credencia, depois da purificação.

No fim da missa:
— acompanhar o presidente e ajudá-lo a tirar as vestes. Só depois disso é que o acólito tira a sua túnica.

Nesta lição apenas enumerámos as coisas mais importantes. Mais tarde diremos tudo com mais pormenor.

5 - O ALTAR

1. O que é o altar?
Na terceira lição do nosso curso fizemos a apresentação do interior de uma igreja e dissemos que, no presbitério, havia vários objectos importantes. Um deles é o altar. Será esse o assunto desta quinta lição.
Dizem os Evangelhos que, na sua última Ceia, Jesus, depois de Se sentar à mesa com os Apóstolos (Lc 22, 14), tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo. No fim da Ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de Mim.
Os primeiros cristãos chamaram mesa do Senhor (1 Cor 10, 21) à mesa onde celebravam a Ceia que Jesus lhes recomendara que fizessem em sua memória.
De facto o altar cristão é, em primeiro lugar, a mesa da Ceia do Senhor, e em segundo lugar o centro da celebração da missa, como diz o missal: «O altar, em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a missa..., e ainda o centro da acção de graças celebrada na Eucaristia».
É no altar que se depõe o pão e o vinho que se tornarão Corpo e Sangue de Cristo. É desta mesa que se aproximam os que desejam receber o pão da vida e o cálice da salvação. O altar é, portanto, uma mesa, mas mesa muito especial que deve ser tratada com muito respeito e carinho. Mais tarde diremos outras coisas acerca do altar. Por agora ficamos apenas com esta noção que é importante. O altar é a mesa da Ceia de Cristo. É nele que se celebra a Eucaristia.

2. Um só altar
Quando as reuniões dos cristãos se faziam nas casas de alguns deles, como vimos na segunda lição, a mesa da Ceia do Senhor era colocada na sala só no momento em que se trazia o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia.
Ao começarem a construir-se as primeiras igrejas, o altar passou a ser fixo, isto é, a estar sempre no mesmo lugar. Já não se punha e tirava como até então. Mas continuou a haver um só altar em cada igreja. Para quê? Para mostrar melhor que Jesus tinha feito uma única última Ceia, e que é nela que todos os cristãos, que formam um só povo, comungam o corpo e o sangue do seu único Senhor, que é também o único Salvador que morreu e ressuscitou por todos os homens e mulheres.
Mais tarde, passou a haver muitos altares nas igrejas. Isso não foi bom, porque às vezes, numa mesma igreja, à mesma hora e em diversos altares, havia vários padres que celebravam missa para vários grupinhos de fiéis. Estamos a ver os resultados que daí nasceram: cada grupinho dizia que tinha estado na sua missa. Até parecia que não pertenciam todos a um só povo cristão, ou então que Jesus não tinha feito uma única última Ceia.
As normas litúrgicas actuais dizem que, em cada igreja, construída de novo, é melhor haver um altar: «É preferível que nas novas igrejas a construir se levante um só altar, para que na assembleia una dos fiéis o altar único signifique que há um só Cristo e uma única Eucaristia da Igreja».
Nas igrejas antigas, com muitos altares, nada se deve fazer sem estudar muito bem cada caso: «Nas igrejas já construídas, quando nelas existir um altar antigo que torne difícil a participação do povo, e que não se possa transferir sem detrimento do seu valor artístico, construa-se outro altar de forma artística e devidamente dedicado, e realizem-se apenas nele as celebrações sagradas. Para não desviar a atenção dos fiéis, não se adorne de modo especial o altar antigo».

3. As coisas que se colocam no altar
Hoje em dia, quando está junto do altar, o presidente volta-se para a assembleia. Mas ainda não há muitos anos que não era assim. Quando o sacerdote celebrava missa, fazia-o de costas voltadas para os fiéis. Foi o Concílio Vaticano II que restaurou o costume primitivo, ao dizer que, «nas igrejas novas, o altar deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar à volta dele e celebrar a missa de frente para o povo». Nas igrejas antigas também se fez essa adaptação. Hoje, todos os bispos e presbíteros celebram a missa voltados para os fiéis.
O altar pode ser de pedra, de madeira, ou de outros materiais sólidos, e as suas dimensões não precisam de ser muito grandes. Por ser no altar que se celebra a Eucaristia e se distribui o Corpo e o Sangue de Cristo aos fiéis, está sempre coberto com uma toalha branca. Isso mostra bem que a missa é uma festa. Em nossa casa, nos dias de festa, também se cobre a mesa do almoço ou do jantar com uma toalha bonita.
Em cima do altar ou à volta dele colocam-se os castiçais com velas acesas, mas de maneira que os fiéis possam ver bem o que se realiza nele. Porque pomos nós velas acesas junto do altar ou em cima dele? Para recordar que Cristo é a luz do mundo, e que essa luz continua a brilhar na Igreja para iluminar toda a família humana. Além disso, as velas acesas são sinal de festa.
Na igreja também deve haver uma cruz com a imagem de Jesus crucificado. Deve ser uma cruz proporcional às dimensões da igreja e bem visível a toda a assembleia. Não deve, portanto, ser uma cruz pequenina. Onde colocá-la? Junto do altar ou noutro lugar conveniente.
Sobre o altar, fora da celebração, não se devem pôr outras coisas. Ele é a mesa da Ceia do Senhor, e essa mesa merece-nos muito respeito. Por isso, quando nela se colocam flores, devem ser poucas, e postas num dos lados do altar, para não dificultarem a visibilidade: «A ornamentação com flores deve ser sempre moderada, e em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se perto dele».

4. Outras coisas que se põem no altar durante a missa
Para poder celebrar-se a Eucaristia são precisas outras coisas no altar. Vamos falar delas e vê-las com os nossos olhos, para lhes fixarmos melhor os nomes e as sabermos distinguir umas das outras.
Quando a missa começa, o leitor, que traz o Evangeliário na procissão de entrada, coloca-o sobre o altar, e aí fica até à proclamação do Evangelho, onde o presidente o vai buscar e o leva para o ambão. No fim da liturgia da palavra, quando o presidente vai para o altar, o acólito leva o Missal para lá. Depois vai entregando nas mãos do presidente várias coisas, e todas são colocadas no altar pelo presidente: o corporal, a patena e a píxide com o pão, o cálice e o sanguinho (à medida que se for falando em cada um destes objectos, devem mostrar-se aos acólitos, para eles irem aprendendo os seus nomes).
Também pode ser o acólito a colocar no altar o corporal, o sanguinho e o cálice. Mas é mais bonito que ele entregue tudo nas mãos do presidente.
Se no altar houver um microfone, deve ser de pequenas dimensões.

6 - A CADEIRA PRESIDENCIAL E O AMBÃO

1. A cadeira presidencial
Na lição anterior falámos acerca do altar. Vamos hoje referir-nos a outras coisas importantes que se encontram também no presbitério. Uma é a cadeira onde se senta o presidente da celebração e a outra é o ambão donde se fazem as leituras. Estas três coisas ou lugares (o altar, o ambão e a cadeira presidencial) são as mais importantes dentro do presbitério. Por isso lhes dedicamos uma atenção especial.
Talvez algum de vós esteja a pensar assim: porquê falar acerca da cadeira presidencial. Terá ela uma importância que justifique metade de uma lição? Penso que sim, pois trata-se de um sinal que ajuda a descobrir as funções daquele que preside à assembleia em nome de Cristo e com a sua autoridade, como diz o missal: A cadeira do sacerdote celebrante deve significar a sua função de presidente da assembleia e guia da oração.
Reparem naquelas palavras: deve significar. Quer dizer que tal significação pode não ser notada. Isso acontece quando a cadeira é insignificante, ou quando não está colocada onde lhe pertence.
Em primeiro lugar, para ser significativa a cadeira presidencial deve distinguir-se, pela sua qualidade artística, de todas as outras que existem na igreja; isto quer dizer que ela deve ser a mais bela e a mais artística de todas. Em segundo lugar, ela deve ser única; isso não acontece quando, por exemplo, dos dois lados da cadeira do presidente se encontram outras duas iguais a ela, destinadas a dois acólitos; se as cadeiras do presidente e dos acólitos forem iguais, pode pensar-se que as funções deles também são iguais, o que não é verdade. Em terceiro lugar, a cadeira presidencial deve estar bem situada, o que nem sempre é fácil: O lugar mais indicado é ao fundo do presbitério, de frente para o povo, a não ser que a arquitectura da igreja ou outras circunstâncias o não permitam: por exemplo, se viesse a ficar demasiado distante e tornasse difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia dos fiéis.
A melhor maneira de dar àquela cadeira todo o relevo que ela merece, é ver, com os olhos da fé, naquele que nela se senta, o próprio Senhor Jesus Cristo. De facto, o presidente é um sinal. Sinal de Cristo, o único verdadeiro presidente de cada assembleia litúrgica. Esta é também a razão pela qual, na cadeira do presidente, só ele se deve sentar.

2. O ambão
Aqui está uma palavra que não é corrente na nossa língua. Não admira. "Ambão" é um termo derivado da língua grega, na qual quer dizer lugar para onde se sobe. Os ambões antigos tinham sempre degraus. O ambão é o lugar da proclamação da Palavra de Deus. A elevação que lhe corresponde facilita a transmissão da palavra e a visibilidade do leitor, que são duas coisas importantes. A maior parte das igrejas não possuem ambão, mas sim uma estante das leituras, o que não é a mesma coisa: O lugar das leituras deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel.
É do ambão que se proclamam as leituras e o salmo responsorial. Pode também fazer-se do ambão a homilia e a oração dos fiéis. Mas não se devem fazer do ambão os comentários e introduções às leituras, nem dirigir daí o canto da assembleia. A dignidade da palavra de Deus é tão grande que merece um lugar que lhe seja reservado.
Para realçar a importância do ambão, convém adorná-lo com sobriedade, colocando junto dele algumas flores. Mas não devem ser tantas que desviem para elas a atenção dos fiéis que escutam a Palavra de Deus. É que esta Palavra é muito mais importante do que as flores. E tudo o que possa diminuir ou desviar a atenção dos fiéis durante a proclamação da Palavra, presta um mau serviço litúrgico.
Para que as leituras sejam bem ouvidas por todos, a igreja deve estar devidamente sonorizada. E para que os leitores possam ver bem o texto dessas leituras, deve haver luz suficiente no ambão. Embora sejam os leitores que devem ter o cuidado de verificar, antes da missa, se o leccionário está aberto na página certa, não fica mal aos acólitos lembrar-lhes isso, se eles se esquecerem de o fazer.
Quando, na celebração da missa dominical, o segundo leitor acaba de proclamar a sua leitura, um dos acólitos vai ao ambão, tira o leccionário e guarda-o, para que o diácono ou o presbítero que vai ler o evangelho, possa colocar o evangeliário na estante do ambão.

3. Os assentos para os ministros
No presbitério devem colocar-se apenas os assentos que sejam necessários para os acólitos ou outros ministros. Se houver assentos a mais, devem ser retirados. Esses assentos devem ser simples e discretos. Devem estar colocados no lugar mais conveniente, donde os ministros possam desempenhar as funções que lhes estão distribuídas.
Quando um acólito está sentado, não deve estar de qualquer maneira, a olhar para todos os lados, mas atento e sossegado. Se um acólito não estiver tranquilo, toda a gente olha para ele, e muitas pessoas vão ficar também desatentas, sobretudo as crianças. Ora, um acólito, não deve nunca ser responsável pela falta de atenção de ninguém. Se o fosse de propósito, estaria a prestar um mau serviço à assembleia cristã.

4. A credencia
A credencia é uma mesa, que está no presbitério, e que serve para aí colocar as coisas que são precisas para a missa, antes de se levarem ao altar: o cálice, o corporal, o sanguinho, a patena e as píxides com o pão para a comunhão, as galhetas com o vinho e a água, a bandeja e ainda o que for necessário para lavar as mãos.

5. A reserva da Santíssima Eucaristia
Em todas as igrejas deveria haver uma capela destinada à reserva da Santíssima Eucaristia. Acontece, porém, que nem sempre existe. Em muitas igrejas o sacrário está também situado no presbitério.
Não é o ideal, porque tira espaço ao presbitério, que deveria ser o mais amplo possível, e perturba os ministros durante a celebração. Muitos não sabem como hão-de fazer cada vez que passam diante do sacrário com a Santíssima Eucaristia.
Quando se entra na igreja, sempre se deve genuflectir com um joelho diante do sacrário do Santíssimo. Se o sacrário estiver no presbitério, todos os que tomam parte na procissão de entrada da missa genuflectem ao chegarem junto do altar, e no fim da missa antes de se retirarem.
Durante a missa, quando se passa diante do sacrário, os acólitos devem apenas fazer uma inclinação do corpo. Para a fazer devem parar. É muito feio inclinar a cabeça ou o corpo quando se vai a caminhar.

7 - SER ACÓLITO

1. O acólito vai para a igreja
Cada domingo, algum tempo antes de começar a missa, o acólito deve ir para a igreja, sempre muito bem vestido e limpo, desde o cabelo até aos sapatos, sem esquecer as mãos e as unhas.
Não se esqueça de uma coisa importante: quem vai receber a santíssima Eucaristia, não deve tomar nenhuma comida ou bebida, excepto água ou remédios, pelo espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão. Isto quer dizer que o acólito deve terminar o pequeno-almoço cerca de 15 minutos antes de começar a missa, dado que desde o princípio da missa até à comunhão se demoram 45 minutos. Não se esqueça também de que, durante a missa, não deve chupar rebuçados nem outras guloseimas. Na igreja não se come comida vulgar. Só se comunga o Corpo de Cristo.

2. O acólito chega à igreja
Ao chegar à porta da igreja, o acólito deve cumprimentar os companheiros e as pessoas que ali estiverem. Pode também esperar um pouco por outros acólitos que ainda não tenham vindo. É bom estar ali um bocadinho, em grupo, contando ou ouvindo alguma novidade.
Ao entrar na igreja, deve começar por ver se há algum cartaz ou notícia nova no guarda-vento ou no expositor, e também se lhe está atribuído algum serviço nesse dia: acolitar, recolher as ofertas, acolher as pessoas à porta da igreja, distribuir alguma folha. São serviços que pertencem aos acólitos.
Por fim, o acólito dirige-se para os primeiros bancos da igreja. É aí o seu lugar, não nos bancos de trás. Porquê? Porque pode ser necessário chamá-lo para algum serviço durante a celebração, e, se estiver à frente, isso torna-se mais fácil. E também porque é bonito ver os mais novos uns ao pé dos outros.

3. O acólito saúda Jesus
Que faz o acólito ao chegar ao seu lugar nos bancos da frente? Ajoelha e saúda Jesus, que está presente na Eucaristia guardada no sacrário. Jesus é o grande amigo de todos os cristãos, e a nossa primeira palavra deve ser sempre para Ele. Nas igrejas mais modernas há uma capela do Santíssimo. Se for esse o caso, é para aí que o acólito se deve dirigir, a fim de saudar Jesus.
Como se saúda Jesus? Primeiro ajoelhando, a seguir inclinando a cabeça, depois fazendo sobre si próprio o sinal da cruz, e por fim ficando uns momentos em adoração. Vejamos como se faz cada um destes gestos.
Como se ajoelha? Com os dois joelhos e conservando o corpo bem direito. Há pessoas que, depois de ajoelhar, se sentam nos calcanhares, o que é muito feio. Não se deve confundir o ajoelhar com ambos os joelhos e o genuflectir com um só joelho. Falaremos disso mais tarde. Porque se inclina a cabeça? Porque essa é uma forma de saudar Jesus, com um gesto de humildade, que é o significado da inclinação da cabeça. Assim como ajoelhar significa tornar-se pequeno diante de Deus, inclinar a cabeça é manifestar que temos consciência da nossa pequenez. Como se faz o sinal da cruz? Faz-se com a mão direita aberta e os dedos juntos, indo com a mão da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito, ao mesmo tempo que se diz: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O sinal da cruz é o sinal identificativo dos cristãos, porque foi na cruz que Jesus deu a vida por nós. Que diz o acólito durante os breves momentos de adoração? Pode dizer, por exemplo: Jesus, hoje é domingo, o dia da tua ressurreição, e eu estou aqui na igreja da minha terra para celebrar a tua Ceia. Faz-me bom cristão, bom paroquiano e bom acólito.
Tudo isto deve ser feito com muita dignidade e sem pressa, pensando n’Aquele que estamos a saudar. Depois de rezar durante alguns momentos o acólito, se nesse dia for ele a acolitar, vai para a sacristia e veste a sua túnica. Se não for o seu dia de acolitar, fica sentado no banco, a olhar para o sacrário e a falar com o Senhor. Mas não deve estar a falar com quem está ao seu lado, nem a rir, nem a brincar, nem a fazer mal.

4. A túnica do acólito
Todos os que servem no presbitério usam uma veste branca, a começar pelo presidente da celebração e a acabar nos acólitos. A veste dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos chama-se alva, palavra que quer dizer veste branca. À dos acólitos chama-se-lhe túnica, que é uma veste também branca mas mais ajustada ao corpo do que a alva.
O acólito não veste a túnica logo na primeira vez que exerce este serviço. É bom, primeiro, que faça o Curso para Acólitos, e que, mesmo sem túnica, durante alguns domingos, esteja junto dos outros companheiros que já são acólitos, e aprenda, pouco a pouco, a fazer as coisas com eles. Quando o responsável dos acólitos entender que algum dos candidatos está preparado para acolitar bem, informa disso o pároco e este, num domingo, depois da homilia, chama-o, nomeia-o acólito e entrega-lhe a túnica, o cíngulo e uma pequena cruz de madeira. A mãe do acólito ou outra pessoa sua amiga vem ajudá-lo a vestir-se e, nesse mesmo domingo, é ele o primeiro que leva para o altar o pão ou alguma das outras coisas que estão na credencia.
Geralmente é a mãe do acólito que lhe deve fazer a túnica, que será cingida à cintura por um cíngulo ou cordão, também branco. A túnica deve estar sempre muito bem lavada e passada a ferro. As túnicas dos acólitos também podem pertencer à paróquia. Nesse caso, deverão ser de tamanhos diferentes, para se adaptarem facilmente à altura de cada acólito.
A cor branca da túnica recorda ao acólito que ele deve viver na graça de Deus, ser puro de coração e servir o Senhor com alegria, dignidade e generosidade.
O acólito deve aprender a atar o cíngulo e a arranjar a túnica, para não ir com ela de qualquer maneira, porque isso é feio. Se não sabe fazer o nó do cíngulo, peça ao senhor padre ou a outra pessoa que o ensine.
O acólito já deve ter a túnica vestida quando o senhor padre chega à sacristia, para poder ajudá-lo a vestir-se. Quando ele chega, cumprimenta-o e, quando ele veste a alva, dá-lhe o cíngulo e ajuda-o a arranjar a alva, para ficar à mesma altura, em baixo, tanto adiante como atrás.
O acólito nunca deve chegar atrasado. Isso é falta de educação e impede que a missa comece à hora marcada.
O lema do acólito é constituído por três palavras, e todas começam por um «A»: Amigo, Asseado, Atento. O acólito é amigo de todos mas particularmente do seu pároco, é asseado desde a ponta dos cabelos ao bico dos pés, e está sempre atento ao que é preciso fazer. E é Pontual.

8 - GESTOS E ATITUDES NA LITURGIA

1. O sinal da cruz
Na liturgia, o acólito faz gestos e toma atitudes corporais. Vamos ver, nesta lição, quais são os seus gestos e atitudes mais importantes.
Quando os nossos pais nos levaram à igreja da nossa paróquia para sermos baptizados, o sacerdote e depois os nossos pais e padrinhos, fizeram-nos o sinal da cruz na fronte. Porquê? Porque o sinal da cruz é o mais importante de todos os sinais cristãos. Ele recorda o mistério pascal de Cristo, que tem no centro a cruz onde Ele deu a sua vida por nós.
Não admira, por isso, que todas as celebrações litúrgicas comecem pelo sinal da cruz e pelas palavras: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A seguir, ao longo das celebrações, o presidente faz, por vezes, o sinal da cruz sobre as pessoas e as coisas. E, por fim, todas as celebrações terminam também pelo sinal da cruz, em forma de bênção. Diz o sacerdote: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho, e Espírito Santo. E enquanto ele diz estas palavras, traça, com a mão direita, uma cruz sobre toda a assembleia, e cada um dos fiéis faz sobre si próprio o sinal da cruz.
Não é só na liturgia que isto acontece. Ao deitar-se e ao levantar-se o cristão faz o sinal da cruz. Como o faz? Colocando a mão esquerda, se está livre, sobre o peito, traça sobre si mesmo uma cruz, com a mão direita aberta, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.
Quando se pode dispor de água benta, começamos por molhar a ponta dos dedos da mão direita na água, e depois benzemo-nos. A água benta recorda-nos a graça do santo baptismo.
Nos desafios de futebol transmitidos pela televisão, com frequência vemos os jogadores, ao entrarem no campo, a fazer o sinal da cruz... mas muito mal feito. E não são só eles. Há cristãos que até na igreja fazem o mesmo. Não se pode chamar àquilo um sinal da cruz. Quando muito, será a sua caricatura. Quando te benzeres, não faças assim. O Senhor que por ti morreu na cruz merece mais do que isso. Benze-te sempre devagar e com muita dignidade, pensando em Jesus, teu Salvador e Mestre.

2. O nosso corpo e o espaço
Quando estamos de pé, o espaço tem para nós seis partes: acima de nós, abaixo de nós, à nossa frente, à nossa retaguarda, à nossa direita e à nossa esquerda. Para chegar ao que está acima de nós elevamo-nos nos pés e levantamos os braços; apanhamos o que está abaixo de nós abaixando-nos; alcançamos o que está à nossa frente avançando; recuamos quando queremos ir buscar o que ficou lá atrás; sempre que precisamos de ir para a direita ou para a esquerda, para aí nos voltamos antes de começarmos a andar nessa direcção. Fazemos cada um dos nossos movimentos exteriores com os nossos pés e as nossas mãos.
Estará tudo dito? Não haverá mais espaço nenhum a explorar? Há sim. Podemos falar também do espaço que existe dentro de nós, aquele que constitui o nosso mundo interior. Para entrarmos nesse universo não usamos os pés nem as mãos, mas o nosso espírito. Entramos dentro de nós recolhendo-nos, ou andamos por fora de nós quando nos dispersamos.

3. Estar de pé
Na missa, os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração colecta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório Orate fratres antes da oração sobre as oblatas até ao fim da missa, excepto nos momentos adiante indicados.

4. Caminhar
Na liturgia, para fazer a maior parte das acções, caminha-se. Assim acontece na procissão de entrada, quando o leitor vai ler ao ambão, quando o acólito se levanta para levar os dons ao altar, durante a procissão da Comunhão, ao sair da igreja, depois da despedida. Em todos esses momentos, e ainda noutros, se caminha na liturgia.
Não é fácil caminhar bem e com dignidade durante a missa. Muitos fazem-no de maneira desagradável e distraída; outros com demasiada pressa ou devagar demais.
O acólito deve ser ensinado a caminhar bem. Eu diria até que a primeira coisa que ele deve aprender é a caminhar na presença de Deus e em direcção a Deus. Quando caminha na procissão de entrada, quando vai buscar o missal e o leva ao presidente, quando acompanha a procissão do Evangelho, quando caminha para levar os dons ao altar, quando caminha ao lado do presidente segurando a bandeja na comunhão...

5. Estar sentado ou de joelhos
Ouve-se melhor alguém que fala, quando se está sentado. Por isso nos sentamos durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e a preparação dos dons; e, conforme as circunstâncias, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.
Estamos de joelhos durante a consagração, excepto se as razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Mas se alguém não puder ajoelhar-se nesse momento tão importante, deve fazer uma profunda inclinação de todo o corpo, à elevação da hóstia e do cálice.

6. Genuflexão
A genuflexão consiste em dobrar o joelho direito até ao solo, por respeito, e a voltar a erguer-se em seguida. O corpo deve manter-se direito. O acólito deve genuflectir sempre que passe diante do Santíssimo Sacramento, a não ser que vá em procissão ou leve nas mãos algum objecto. É o que acontece quando leva o turíbulo, a cruz ou as velas na procissão de entrada ou na procissão do Evangeliário.
Fora da celebração da missa, genuflecte-se sempre diante do Santíssimo Sacramento quer exposto na custódia, quer no sacrário.
Todos genuflectem à Cruz, desde a adoração solene, em Sexta-feira Santa, até à Vigília Pascal, e a assembleia genuflecte às palavras «E encarnou...», nas solenidades da Anunciação e do Natal do Senhor; nos restantes tempos e festas faz, apenas, uma inclinação.

7. Uniformidade dos gestos e atitudes
Para se conseguir a uniformidade nos gestos e atitudes numa mesma celebração, é preciso que os fiéis obedeçam às indicações que, no decurso da celebração, lhes forem dadas pelo diácono, pelo ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que está estabelecido nos livros litúrgicos.

9 - O ACÓLITO NA PRIMEIRA PARTE DA MISSA

1. O acólito prepara-se para a Missa
Nas lições anteriores já dissemos algumas coisas sobre os preparativos da Missa. Vamos recordá-las e completá-las. O acólito será tanto mais perfeito no seu serviço litúrgico, quanto melhor aprender e mais perfeitamente realizar cada pormenor da sua função.
Começamos por recordar que nenhum acólito deve chegar atrasado à igreja, porque, antes de a Missa começar, cada um tem várias coisas a fazer.
A primeira de todas é a preparação espiritual para participar na celebração. Este ponto deve ser levado muito a sério por todos os acólitos, sem excepção, desde os maiores aos mais pequenos. O que é preparar-se espiritualmente para a celebração da Missa? É chegar a horas à igreja, ajoelhar-se, fazer o sinal da cruz e falar, durante breves momentos, com o Senhor, presente no pão consagrado do sacrário e também na comunidade ali reunida.
Só depois, e sem pressas, é que o acólito faz a sua segunda preparação, não já interior, mas exterior. Em que consiste ela? Em vestir a túnica e em ajudar os mais novos a fazer o mesmo.

2. Preparar as coisas no presbitério
Em cada celebração deve haver um acólito responsável pelos outros e pela coordenação de tudo o que a todos diz respeito. Vamos chamar-lhe primeiro dos acólitos. Há também os acólitos designados para cada um dos serviços: acólito do turíbulo ou turiferário, acólito da cruz, acólitos dos círios ou ceroferários, e outros acólitos designados para outros serviços (por exemplo, o acólito do livro, os acólitos que colocam sobre o altar o corporal, o sanguinho, o cálice e o Missal ou que os apresentam ao presidente, os que ajudam o presidente a receber os dons do povo, os que lhe entregam a patena ou o vaso com o pão, o vinho e a água, os que lhe apresentam as lavandas, e aqueles que hão-de acompanhar os ministros durante a distribuição da comunhão, segurando a bandeja).
Entre todos estes tem função especial o acólito do livro, ou seja, o acólito que apresenta, ao presidente da celebração, o Missal e a Oração dos fiéis. Este acólito deve ter o cuidado de pôr o Missal no seu lugar, devidamente marcado, e de ver qual é a fita que indica as orações do dia, para não as confundir ao apresentar o livro ao presidente. Se o sacristão já tiver posto o Missal no seu lugar, nem por isso o acólito deve deixar de ir verificar onde o deve abrir.
Embora a preparação dos outros livros litúrgicos da Missa pertença aos leitores e ao salmista, o primeiro dos acólitos deve verificar se todos eles (Leccionário, Oração dos fiéis e Livro dos Salmos) estão nos respectivos lugares e devidamente marcados.
O primeiro dos acólitos deve verificar também se, na credencia (ou no fundo da igreja, sobre uma mesa, quando houver procissão com os dons) estão: o cálice, o corporal, o sanguinho e, se for preciso, a pala; a patena e a píxide, se esta for necessária; o pão para a Comunhão do sacerdote, dos ministros e do povo; as galhetas com vinho e água; a caldeirinha com água e o hissope ou um ramo, quando se fizer a aspersão; a bandeja ou bandejas para a Comunhão dos fiéis; e o que é preciso para o sacerdote lavar as mãos (jarra com água, bacia e toalha ou manustérgio). O cálice pode estar coberto com o véu da cor do dia ou branco.
Para que os acólitos aprendam a fazer bem os diversos serviços litúrgicos que lhes dizem respeito, devem-nos realizar rotativamente. Para isso é bom que, na igreja, haja um quadro com os nomes e as funções de cada um em cada domingo e, se for caso disso, também durante a semana.

3. Preparar as coisas na sacristia ou no fundo da Igreja
Na sacristia (ou no fundo da igreja, sobre uma mesa, quando a procissão de entrada partir daí) preparam-se as vestes: para o presidente: a alva, a estola e a casula; para o diácono (quando ele estiver presente): a alva, a estola e a dalmática; para os outros ministros: as alvas ou as túnicas.
Também aí se devem preparar outras coisas: o Evangeliário, que será levado na procissão por um leitor; o turíbulo e a naveta com incenso (quando este se usar); a cruz processional; e os castiçais com círios ou velas.

4. A procissão de entrada e os ritos iniciais
Tudo o que dissemos até este momento na lição de hoje foi a propósito da preparação das pessoas e das coisas para a Missa. Chegou o momento de falar da celebração em si mesma.
A Missa começa pela procissão de entrada. Esta procissão, pelo menos nos dias mais festivos, parte da sacristia (ou do fundo da igreja), e daí, passando pela coxia central, dirige-se para o presbitério, enquanto o coro canta o cântico de entrada.
A procissão organiza-se assim: acólito do turíbulo, com o turíbulo fumegante; acólito da cruz, com a cruz processional; pelo menos dois acólitos dos círios, que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos, nos castiçais; outros acólitos, de entre os que designámos acima, e que sejam necessários para uma celebração bela e harmoniosa; leitor, com o Evangeliário um pouco elevado; diácono ou diáconos (quando estiverem presentes); presbíteros concelebrantes (quando estiverem presentes); presidente da celebração (bispo ou presbítero).
Ao chegarem junto do altar, todos fazem inclinação profunda; se no presbitério houver sacrário com o Santíssimo Sacramento, todos genuflectem, excepto o acólito da cruz e os acólitos dos círios.
Os acólitos colocam a cruz e os castiçais junto do altar e o leitor depõe o Evangeliário no centro do altar; se não houver incensação, todos ocupam imediatamente os seus lugares e participam activamente na celebração, cantando e respondendo às saudações do presidente.
Os ritos iniciais da Missa terminam pela oração Colecta. Quando o presidente diz ou canta: Oremos, o acólito do livro vai buscar o Missal e apresenta-o, aberto, ao presidente, segurando-o com ambas as mãos. Depois de o povo dizer: Ámen, o acólito depõe o Missal no seu lugar.
O acólito do livro deve aprender a abrir o Missal e a segurá-lo, à altura devida, mas sem amarrotar ou sujar as folhas. Para isso não se esqueça de lavar muito bem as mãos antes de a Missa começar.

5. A Liturgia da Palavra
Terminados os ritos iniciais da Missa, começa imediatamente a Liturgia da Palavra. Escusado será dizer que os acólitos a devem escutar com toda a atenção e fé. É Deus que lhes fala pela voz dos leitores. Já dissemos, noutra lição, qual deve ser a atitude dos acólitos. Eles vão ser vistos por toda a assembleia. Principalmente as crianças e os jovens vão ter os olhos postos neles. Nada lhes vai escapar.
Cada vez que um leitor ou o salmista vai para o ambão, pode ser acompanhado por um acólito; mas não é obrigatório. Não se deve fazer isso habitualmente, mas apenas nos dias mais solenes. Quando se fizer, o acólito vai até junto do leitor ou do salmista, e acompanha-o até ao ambão; depois vai sentar-se e, quando a leitura ou o canto termina, levanta-se e acompanha de novo o leitor ou o salmista ao seu lugar.
Quando tiver sido lida a segunda leitura, um acólito vai tirar o Leccionário do ambão, para que aí seja colocado o Evangeliário. E se houver procissão solene com o Evangeliário, tomam parte na procissão o acólito do turíbulo e os acólitos com círios acesos, que se colocam junto do ambão, um de cada lado daquele que proclama o Evangelho, ou onde der mais jeito, de modo a não impedir a visibilidade aos fiéis. Terminada a proclamação do Evangelho, colocam os castiçais no lugar onde foram buscá-los.
Durante a homilia devem escutar com atenção; e se o presidente chamar algum, este deve fazer o que lhe for pedido com desembaraço e simplicidade, mas sem dar nas vistas.
Ao terminar a recitação do Símbolo da fé ou Credo, um dos acólitos, se o presidente for para a sua cadeira, leva-lhe o livro da Oração dos fiéis, e apresenta-lho aberto. Caso contrário leva o livro para o ambão, e entrega-o ao presidente que aí se encontra ou coloca-o ele próprio na estante do ambão.

10 - O ACÓLITO NA SEGUNDA PARTE DA MISSA

1. A segunda parte da Missa
Depois de termos falado do ministério do acólito na primeira parte da Missa, chegou o momento de falar desse mesmo ministério na segunda parte.
O que é a segunda parte da Missa? (ouvir primeiro algumas opiniões dos acólitos)... É a que vai desde o fim da oração dos fiéis até ao fim da própria Missa. Começa quando acaba a Liturgia da palavra, e termina quando a assembleia é despedida (pedir aos acólitos que o expliquem agora por palavras suas).
É fácil de perceber que a primeira parte da Missa se compõe de dois momentos (os Ritos iniciais e a Liturgia da palavra), e a segunda de outros dois: a Liturgia eucarística e os Ritos de conclusão. Deste modo, a Missa tem no princípio os Ritos iniciais e no fim os Ritos de conclusão, e entre estes dois ritos tem duas liturgias: a Liturgia da palavra na primeira parte, e a Liturgia eucarística na segunda.
Por várias razões a Liturgia eucarística e os Ritos de conclusão são muito diferentes. A Liturgia eucarística é longa, pois vai desde a preparação do altar até ao fim da Comunhão dos fiéis, demorando cerca de meia hora. É nela que o pão e o vinho primeiro se colocam no altar e depois se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. É também nela que todos dizemos o Pai-Nosso, nos saudamos uns aos outros com o abraço da paz e podemos receber a Comunhão. Não admira, por isso, que os serviços mais expressivos do ministério dos acólitos tenham lugar nesse momento.
Ao contrário, os Ritos de conclusão são muitíssimo breves. Duram, por vezes, apenas alguns instantes. Compõem-se de pequenos avisos de interesse para a comunidade local, feitos pelo presidente da celebração, e terminam com a bênção e a despedida da assembleia: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.

2. Duas observações
Antes de continuar quero fazer-vos duas observações. A primeira diz respeito à vocação de acólito. Quando o vosso pároco ou uma catequista vos convidou para serdes acólitos, Jesus já vos tinha convidado a segui-l’ O e a serdes seus discípulos e amigos. Quando aconteceu isso? Muitas vezes, mas de modo particular quando tomastes consciência de que éreis baptizados, ou quando começastes a conhecer melhor Jesus na catequese, ou quando fizestes a primeira Comunhão, ou quando falais com Deus na oração. Ser bom discípulo de Cristo é a coisa mais importante na vida de um baptizado. É bom que sejais óptimos acólitos, conscientes do vosso serviço litúrgico, assíduos à vossa assembleia, educados, disponíveis, asseados. Mas ainda é melhor que sejais bons discípulos de Cristo, muito seus amigos. Isso é que é o principal. Ser acólito é apenas um caminho para chegar a ser amigo de Jesus e membro vivo da vossa comunidade paroquial.
A segunda observação é acerca da celebração da Missa em que tomam parte vários acólitos. Diz o missal que, quando isso acontece, eles repartem entre si os serviços que pertencem a todos. Por exemplo: uns preparam o altar, outros ajudam o presidente a receber as ofertas dos fiéis, outros levam-lhe o pão e o vinho, outros acompanham os ministros que distribuem a Comunhão, etc. Mas, se alguma vez o encarregado dos acólitos ou o senhor padre não te escolher para qualquer serviço, lembra-te de que o mais importante é que sejas bom cristão, amigo de todos os outros acólitos e de Jesus.

3. Os serviços do acólito na Liturgia eucarística
A Liturgia eucarística tem quatro momentos importantes: a preparação do altar, a apresentação dos dons, a Oração eucarística e a Comunhão. Em cada um deles os acólitos devem fazer tudo e só o que lhes compete. Nem mais, nem menos. E o que é esse tudo e só? Vamo-lo aprender agora, partindo sempre da hipótese de que, na celebração de que estamos a falar, não está presente nenhum diácono.
a) A preparação do altar
Assim que termina a oração dos fiéis, três acólitos vão à credencia e levam para o altar o corporal, o cálice e o sanguinho (com ou sem a pala) e o missal. Pode ser um outro acólito a entregar-lhes cada uma destas coisas. Os acólitos recebem-nas com ambas as mãos. Tanto o que as entrega como o que as recebe devem fazê-lo muito bem. Mas também pode ser cada acólito a tirar as coisas da credencia. É bom ir variando a maneira de fazer.
A quem entregam eles essas coisas? Ao responsável dos acólitos, ou ao acólito que, nesse domingo, tiver sido encarregado de preparar o altar. Tal como cada um recebeu as coisas com ambas as mãos, também as entrega com ambas as mãos.
O responsável dos acólitos começa por desdobrar o corporal no meio do altar, e a seguir dispõe as outras coisas desta maneira: o sanguinho à direita do corporal, o cálice à direita do sanguinho, e o missal à esquerda do corporal. Se houver microfone, há que colocá-lo no lugar certo.
Enquanto os acólitos preparam o altar alguns fiéis, de entre os mais novos, recolhem as ofertas e trazem-nas, em procissão, até junto do altar, onde o presidente as recebe e entrega aos acólitos. Estes vão colocá-las em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
b) A apresentação dos dons
Se o pão e o vinho destinados à Eucaristia são trazidos na procissão dos dons, o presidente recebe-os e entrega-os aos acólitos, que os seguram nas mãos e, depois, lhos entregam de novo, do modo que se vai explicar a seguir.
Se o pão e o vinho estiverem na credencia, os acólitos levam-nos e entregam-nos ao presidente, por esta ordem: primeiro a patena e as píxides com o pão que vai ser consagrado, e a seguir o vinho e a água que o sacerdote deita e mistura no cálice. O acólito que traz o vinho e a água apresenta-os ao sacerdote no lado do altar.
Quer o pão e o vinho sejam trazidos da assembleia, quer venham da credencia, é sempre e só o presidente que os recebe e os coloca no altar. Nenhum outro ministro o pode nem deve fazer.
Terminada a apresentação dos dons e no caso de se usar o incenso, um acólito apresenta o turíbulo ao presidente e o outro a naveta. Depois de o sacerdote pôr o incenso no turíbulo, o acólito entrega-lho e acompanha-o na incensação dos dons, da cruz e do altar. Quando termina a incensação, o acólito, ao lado do altar, incensa o sacerdote e, depois, o povo.
Após a incensação, o sacerdote vai ao lado do altar e os acólitos servem-lhe a água para ele lavar as mãos e apresentam-lhe a toalha para as limpar. Depois voltam a levar tudo para a credencia.
c) A apresentação simplificada dos dons
Por vezes, o presidente da celebração vai para o altar logo que termina a oração dos fiéis. Nesse caso os acólitos procedem assim: um deles coloca o missal no altar; outro entrega o corporal ao presidente; outro a patena e as píxides com o pão; outro o cálice e o sanguinho. Por fim, aquele que traz as galhetas com o vinho e a água, aproxima-se do lado do altar e apresenta-as ao sacerdote para que ele prepare o cálice.
Assim que o sacerdote depõe o cálice no altar, os acólitos servem-lhe a água para ele lavar as mãos e apresentam-lhe a toalha para as limpar. A seguir repõem as lavandas na credencia.
d) Os acólitos durante a Oração eucarística
A Oração eucarística é o coração da Missa. A participação mais activa e consciente nesta Oração consiste em responder ao diálogo inicial, em cantar o Sanctus, em estar de pé ou ajoelhar nos momentos próprios, em cantar a aclamação e, por fim, em cantar ou responder Ámen.
Um dos acólitos, um pouco antes da consagração, pode chamar a atenção dos fiéis com um toque de campainha, que pode tocar-se também a cada elevação, e outro acólito, no caso de se usar o incenso, pode incensar a hóstia e o cálice ao serem mostrados depois da consagração.
e) Os acólitos durante a distribuição da Comunhão
Um pouco antes da Comunhão os fiéis são convidados a saudar-se mutuamente. Os acólitos saúdam-se também uns aos outros e alguns saúdam o presidente. Mas todos o devem fazer com sobriedade.
Durante a distribuição da Comunhão, cada ministro é acompanhado por um acólito, que leva uma bandeja. Se os fiéis comungam na mão, o acólito nada tem a fazer; se a Comunhão lhes é dada de outro modo, o acólito segura a bandeja por baixo da boca daquele que comunga.
Terminada a Comunhão, os acólitos voltam ao altar, trazendo as bandejas com todo o cuidado e respeito, para que nada se perca do Corpo de Cristo que eventualmente nelas tenha caído. Não as colocam no altar, mas entregam-nas nas mãos dos ministros que vão realizar a purificação dos vasos sagrados. Depois da purificação, se esta se fez no altar os acólitos recebem as patenas e os outros vasos sagrados das mãos dos ministros e levam-nos para a credencia; se foi feita na credencia, como é preferível, o próprio ministro que purifica as bandeja as coloca na credencia.
f) A oração depois da Comunhão
Terminada a purificação dos vasos sagrados, e após breves momentos de silêncio, o sacerdote diz Oremos. O acólito do livro apresenta-lhe imediatamente o missal aberto. No fim da oração, depois da Comunhão, o acólito fecha o missal e volta a colocá-lo no seu lugar.

4. Os ritos de conclusão da Missa
Tal como no início da Missa houve uma procissão de entrada, assim há uma procissão de saída no final, com os mesmos ministros. Antes de lhe dar início, se o sacrário estiver no presbitério, todos fazem a genuflexão.
a) Procissão solene
A procissão organiza-se assim: à frente vai o acólito com o turíbulo, a seguir o acólito com a cruz processional, os acólitos dos círios que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos, nos castiçais, os outros acólitos que tomaram parte na celebração e, por fim, o presidente da celebração.
Ao chegar à sacristia, todos, juntamente com o presidente, fazem inclinação à cruz e depois saúdam igualmente o presidente ao mesmo tempo.
A seguir, todos depõem as coisas de que se serviram na celebração acabada de realizar. Os acólitos arrumam as vestes do sacerdote e, por fim, tiram e arrumam as suas.
Todos devem ter cuidado em guardar silêncio, numa atitude de comum recolhimento e de respeito para com a santidade da casa de Deus.
b) Procissão simples
Por vezes a saída é muito mais simples. Na procissão tomam parte apenas os acólitos e o presidente da celebração, que entram directamente na sacristia pela porta que a liga ao presbitério.
Antes da procissão, se o sacrário estiver no presbitério, todos começam por fazer genuflexão. Depois vão à frente os acólitos mais pequenos, seguidos dos maiores e, por fim, o presidente da celebração.
Ao chegar à sacristia, todos, juntamente com o presidente, fazem inclinação à cruz que deve existir na sacristia, e depois saúdam igualmente o presidente ao mesmo tempo.
A seguir, todos depõem as coisas de que se serviram na celebração acabada de realizar. Os acólitos arrumam as vestes do sacerdote e, por fim, tiram e arrumam as suas.
Todos devem ter cuidado em guardar silêncio.